Qualquer caminho serve?


imagesQuando responsabilizamos as outras pessoas pela vida que levamos, seja pelas chateações, tristezas ou raiva,  transferimos também toda a potencialidade de mudança para os mesmos e nos tornamos impotentes para alterar o desfecho desse enredo ao qual nos encontramos.

Por um lado parece interessante sempre ter alguém para jogar todo o nosso lixo mental e emocional, assim nos livramos desta carga tão pesada e insuportável, porém ficar a mercê da mudança do comportamento/sentimento alheio nos torna reféns!

Reféns de pessoas que não contemplam os mesmos desejos, sentimentos  e interesses que os nossos, portanto o que é importante pra nós, provavelmente não será importante para os outros.

E esperar no outro, tais atitudes é como acreditar que o príncipe encantado vai conseguir escalar a torre mais alta, no castelo mais distante e enfrentar o dragão mais feroz só por um beijo de amor verdadeiro, para conseguir o tão esperado “ feliz para sempre!”.

E continuamos assim, cada um na sua torre, vigiada pelo dragão,  reféns da nossa incapacidade de seguir em frente, do nosso medo, da nossa incredulidade em nós mesmos e da nossa total  falta de fé!

Medo este, de ser quem somos! Medo de libertar dentro de nós aquela sensação gostosa que deixam trêmulos os nossos joelhos, que dispara o nosso coração, que nos traz sentido á vida.

Quando abrimos mão destas sensações, deixamos de lado o privilégio de direcionar nossos caminhos e infelizmente somos levados pela correnteza, assim como diria o gato no filme Alice no país das maravilhas: “Se você não sabe a direção, qualquer caminho serve”.

Qualquer opinião… qualquer crítica… qualquer afeto… qualquer atenção.. qualquer coisa serve!

E todo esse potencial que temos dentro de nós é sufocado, asfixiado, acorrentado!Tudo de uma maneira tão violenta que faz a insegurança ser nossa companheira fiel, reforçando o quanto a opinião alheia é melhor do que a nossa ou o quanto nossos sonhos são idiotas. E este mantra acaba ganhando tamanha força em relação á nossa vida que desistimos…

Desistimos dos nossos sonhos,  da nossa criatividade, sensibilidade, autenticidade e por fim da nossa existência.

Quando desistimos de algo importante para nós em prol de não desagradar o outro, afetamos diretamente a nossa maneira de estar no mundo, ou seja, quando dizemos muito SIM para os outros, dizemos um NÃO bem grande  para nós. E esse olhar que tenho em relação a mim mesmo será aquele que perpetuará nas minhas relações; seja comigo ou com o outro.

Abs afetuosos,

Ana Carol.